Matthew Carter foi aceito
na Universidade de Oxford (Reino Unido), nos anos 1950, para estudar letras,
mas não chegou a frequentar o curso. Ele decidiu que queria aprender a desenhar
tipos depois de um estágio de um ano em uma casa de impressão na Holanda. Seu
pai, que também era tipógrafo, foi o grande incentivador.
Mas em 1955 não havia
formação acadêmica em tipografia. Autodidata, valeu-se da convivência com
outros tipógrafos e amigos do seu pai.
Apesar de que não se deve
entender tipografia como arte, mas sim como design industrial, o qual precisa
respeitar uma série de restrições funcionais, desde 2011, seis dos trabalhos de
Carter fazem parte do departamento de Arquitetura e Design do MoMA, de Nova
York, a saber: Miller (inspirada no estilo escocês da primeira
década do século XIX), Verdana, Walker (faz parte
da identidade visual do Walker Art Center, de Mineápolis), Big Caslon (uma
homenagem ao tipógrafo inglês do século XVIII, William Caslon), Mantinia (inspiração
nas escrituras do italiano Andrea Montegna, artista do renascimento) e ITC
Galliard (tipo do francês Robert Granjon do século XVI).
Matthew Carter comentou:
“Fiquei muito lisonjeado com essa homenagem, foi um bom momento para mim. Claro que não é a mesma coisa que ter uma pintura ou escultura no MoMA, pois estou num departamento completamente diferente. Apesar de existirem bons cursos hoje, acredito que todo designer de tipografia é autodidata; na maioria, eles ainda aprendem sozinhos.
O que me atraiu na
profissão é essa tensão existente entre a restrição que a história impõe sobre
a escrita – um alfabeto que deve ser reconhecido como tal – e o desejo de
encontrar algo novo. Eu não posso acordar e dizer: ‘Ei, vou inventar um novo F,
um que ninguém nunca viu antes!’ Mas há a alegria e a satisfação de ver o seu
trabalho usado pelas pessoas. Também tem o momento em que você vê seu trabalho
aplicado em uma cidade muito, muito longe de onde você mora, como vi em uma
placa em São Paulo, quando visitei a cidade em dezembro de 2014. É meio bobo,
mas você não deixa de ficar feliz com isso!”
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