domingo, dezembro 15, 2019

Fotografia

Fotografia e mídia

    Acostumamo-nos muito com as imagens, textos e sons oriundos dos meios de comunicação em massa de agora, em especial a TV, que por sinal está presente em 97% dos domicílios brasileiros, e quando assistimos a filmes no celular, no cinema ou na TV nunca pensamos que para isso acontecer houve milhares de anos de evolução. As pessoas sempre produziram imagens, nas pinturas rupestres de mais de 50.000 AEC até as telas de celular de hoje. As imagens foram se transformando em sinais gráficos que posteriormente geraram o que chamamos hoje de escrita, e agora para que a escrita fosse reproduzida e acessível para todos já seria uma outra história.

    Cópias, olhando e copiando manualmente item por item era uma solução precária e dispendiosa, mas na China apareceram as xilogravuras, produtivas e baratas que de início eram usadas para estampar tecidos e mais tarde papel, na Europa feudal usavam a xilogravura para imprimir folhetos da igreja, baralhos e textos e  logo aparecem os tipos móveis para as impressoras imprimirem livros em gráficas, tudo com muita dificuldade e de maneira muito artesanal. Nessa sequência surgem as impressões chamadas gravuras em metal, que de início eram usadas para reproduzir pinturas de grandes artistas da época, para que as pessoas que não podiam ver as pinturas no local de origem podiam se contentar com uma cópia de uma determinada pintura feita por um artista, que no final iria ficar famoso por conta dessas gravuras, as gravuras eram mais baratas que uma pintura e tinham a vantagem de ser reproduzida muitas vezes para um grande público de vários locais diferentes.

    Outra técnica de reprodução feita ainda no sec. XVII chamava-se litogravura, muito parecida com o desenho artístico e impressa por contato como na xilogravura e a gravura em metal, a litogravura foi usada em todo tipo de impressão de documentos, rótulos de produtos, gravuras de livros, cartazes e por artistas plásticos que a usaram para criar suas narrativas poéticas como Picasso e Lautrec.

    No começo do século XIX foram desenvolvidos muitas técnicas e processos para reprodução mecanizada em larga escala de imagens, mas a principal e mais precisa foi a sem dúvida a fotografia, que por
meio dos negativos permitia reproduzir uma mesma imagem várias vezes.
Produzir imagens é uma forma de trazer as novas tecnologias digitais para poder-se criar novas formas de comunicação. Como a fotografia é um registro de um dado histórico que já aconteceu de verdade, no digital não necessariamente, as imagens vão para além da realidade sendo incrementado ás imagens que a nossa mente produz.

    Antigamente lá no renascimento a perspectiva aparece para simular a profundidade de campo, imitando o nosso olho e torna os desenhos e pinturas extremante reais. Tudo tão real quanto hoje no nosso celular, da palma de nossa mão temos notícias, previsão do tempo, saldo do banco e imagens que fotografamos em quantidades absurdas, de forma instantânea partilho essas imagens em redes sociais que milhares de pessoas veem e opinam. A quantidade de imagens que vejo coisas além do meu campo de visão com imagens de qualquer lugar e de qualquer tempo e inclusive posso manipular essas imagens com softwares mudando todo contexto de sua captura original alterando a realidade.

    Se agora eu altero a realidade com os softwares das fotos talvez houvesse no passado uma imagem igual a realidade, mas as fotografias não são reais são cópias do real um simulacro bidimensional representando algo que já correu. Isso talvez venha de uma vontade de usar a fotografia para captar um instante, congelar o instante de um movimento, destacar a realidade e imobilizar o tempo para sempre numa folha de papel.

    Hoje estou em vários lugares ao mesmo tempo, com o celular eu estou aqui e ali, conversando, vendo imagens, rindo de uma piada real e lendo um texto virtual, fotografando e enviando imagens com os dados sobre ela, e isso é real e tudo deve ser encarado como realidade, essa realidade virtual.


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