sábado, fevereiro 17, 2024

Teóricos da história da arte, arte educadores e artistas plásticos do Brasil contemporâneo.

Que se dedicam a estudar, analisar e interpretar as manifestações artísticas do país e da Arte Colonial até os dias atuais.

  1. Ana Gonçalves Magalhães
  2. Ana Mae Barbosa
  3. Ana Maria Tavares Cavalcanti
  4. Annateresa Fabris
  5. Aracy Amaral
  6. Celestin Freinet
  7. Fernado Cocchiarale
  8. Frederico Morais
  9. Lucia Gouvêa Pimentel
  10. Paulo Freire
  11. Paulo Knauss
  12. Walter Zanini 

1 - Ana Gonçalves Magalhães é historiadora da arte, professora livre-docente, curadora e diretora do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC USP). Ela se destaca por suas pesquisas sobre a arte brasileira e latino-americana, especialmente sobre o modernismo, o neoconcretismo, a arte popular e a arte urbana.

Um dos vários pilares icônicos da arquitetura moderna brasileira aplicados no edifício do MAC USP em São Paulo

2 - Ana Mae Barbosa é historiadora, crítica e curadora de arte, considerada uma pioneira da arte-educação no Brasil, por introduzir o método do ensino da arte por meio da apreciação de imagens, baseado na proposta de Edmund Feldman. Ela é autora de vários livros sobre arte-educação, como “A imagem no ensino da arte”, “Inquietações e mudanças no ensino da arte” e “Tópicos utópicos”. Ela também foi diretora do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC-USP) e professora em diversas instituições, como a Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), a Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP) e a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Metodologia aplicada pela Professora Ana Mae Barbosa uma Proposta Triangular do Ensino da Arte - Ler, Contextualizar e Fazer

quarta-feira, fevereiro 07, 2024

Pintura de Vincent van Gogh roubada é recuperada e exibida em Roterdã Holanda

 A pintura de Vincent van Gogh intitulada "O Jardim Paroquial de Nuenen", que foi roubada e depois entregue a um detetive de arte holandês, em exibição à imprensa em Roterdã, em 7 de fevereiro de 2024

 Um quadro de Vincent van Gogh roubado e depois devolvido a um detetive de arte holandês em uma sacola da loja Ikea foi exposto, nesta quarta-feira (7), pela primeira vez desde a sua recuperação, que ocupou as manchetes da imprensa local. 

"O Jardim Paroquial de Nuenen", de 1884, cujo valor é calculado em 3 a 6 milhões de euros (14,9 a 29,8 milhões de reais) foi apresentado à imprensa em um museu de Roterdã, com danos causados pelo roubo ainda visíveis.

 A pintura tem uma "grave avaria" na parte de baixo, segundo a restauradora da obra, Marjan de Visser, que acredita que o dano pode ter sido causado por um choque contra algo muito duro. 

quinta-feira, fevereiro 01, 2024

Uma pintura de Gustav Klimt é encontrada após um século

 A pintura, intitulada Retrato de Fräulein Lieser, foi encontrada em Viena depois de ter sido vista pelo público pela última vez em 1925. Até agora, a única fotografia conhecida da pintura estava nos arquivos da Biblioteca Nacional Austríaca. A foto foi provavelmente tirada em 1925 em por ocasião da exposição de Klimt por Otto Kallir-Nirenstein na Neue Galerie, Viena.

 Desde então, sua localização era um mistério. "A redescoberta deste retrato, um dos mais belos do último período criativo de Klimt, é uma sensação", disse a casa de leilões Im Kinsky em um comunicado anunciando a descoberta. "Como figura-chave da Art Nouveau vienense, Gustav Klimt sintetiza o modernismo austríaco mais do que qualquer outro artista. Seu trabalho, particularmente seus retratos de mulheres bem-sucedidas da classe média alta na virada do século, gozam do mais alto reconhecimento mundial."


Im Kinsky auction palais Daun-Kinsky in Vienna, Austria

segunda-feira, janeiro 22, 2024


Detalhes escondidos em pinturas

O que grandes pinturas e esculturas têm em comum?

Os Mármores de Elgin ou Mármores do Partenon Grécia

 Cada uma guarda um detalhe que muitas vezes passa despercebido, mas que traz à tona seu significado profundo. Escreve Kelly Grovier para a BBC.

A coluna de Tarjano por Apolodoro de Damasco 114

 Essa, pelo menos, é a premissa do meu livro A New Way of Seeing: The History of Art in 57 Works, um estudo que convida os leitores a se reconectar com obras que, de tão familiares, não são mais observadas de forma detida.

Self-Portrait with Thorn Necklace and Hummingbird 1940

 

sábado, janeiro 13, 2024

Uma grande civilização encontrada na Amazônia.

A civilização perdida gigante encontrada na Amazônia equatoriana
Por milhares de anos escondida pela vegetação, uma enorme cidade antiga foi recentemente encontrada na Amazônia equatoriana.
A descoberta muda o que sabemos sobre o histórico de ocupação na Amazônia.
As casas e praças na área de Upano, no leste do Equador, eram conectadas por uma surpreendente rede de estradas e canais.

Há locais no Vale Upano que são um conjunto de assentamentos arqueológicos na floresta amazônica. Eles estão localizados no vale do rio Upano, a leste do Equador. Os locais abrangem diversas cidades; acredita-se que eles tenham sido habitados já em 500 AEC, antecedendo qualquer outro conjunto de sociedade amazônica conhecido em mais de um milênio In: Wikipédia

A área fica próxima a um vulcão, o que tornou o solo rico, mas que também pode ter levado à destruição da sociedade que um dia existiu no local.
Embora soubéssemos da existência de cidades estabelecidas nas terras altas da América do Sul, como Machu Picchu no Peru, acreditava-se que, nas altitudes baixas da Amazônia, as pessoas só viviam de forma nômade ou em pequenos assentamentos.

quarta-feira, novembro 08, 2023

Um Van Gogh vira objeto de disputa judicial entre brasileiro e museu dos EUA

 Um Van Gogh vira objeto de disputa judicial entre brasileiro e museu dos EUA

    Um brasileiro está acusando o Instituto de Arte de Detroit, dos Estados Unidos, de expor uma pintura de Van Gogh que teria sido roubada de sua coleção de arte particular. De acordo com um processo movido por Gustavo Soter, um brasileiro, o colecionador pagou 3,7 milhões de dólares (cerca de 19 milhões de reais) pelo quadro Une Liseuse de Romans (Uma Leitora de Romance), de Vincent van Gogh de 1888 – mas uma terceira pessoa não identificada na ação teria tomado posse do quadro, que foi parar posteriormente no museu americano sem seu consentimento. A pintura feita em óleo de 1888 retrata uma mulher lendo um livro. 
    Soter, que alega que o Instituto de Arte de Detroit pegou a obra emprestada indevidamente. O museu realizou uma exposição com 74 obras de Van Gogh. O instituto alega ter protocolos rígidos de curadoria e que a obra fora emprestada de acordo com as práticas legais dos Estados Unidos. Soter diz ter comprado a pintura em 2017 e garante que nunca transferiu o título para ninguém. Desde que a terceira pessoa tomou posse da pintura em maio de 2017, o autor não sabia a localização dela, até encontrar postagens nas redes sociais sobre a mostra do museu de Detroit. O processo exige que a pintura seja entregue a Soter antes do final da exposição. Um juiz federal americano determinou que o instituto não mova a pintura, aguardando uma audiência. “O Instituto de Artes de Detroit deve se abster de danificar, destruir, ocultar, descartar, mover ou usar para prejudicar substancialmente seu valor, o item”, ordenou o juiz George Caram Steeh.

Vincent van Gogh - Une Liseuse de romans 1888


    Um tribunal federal de apelações dos EUA concordou em ouvir uma disputa sobre o controle de uma pintura de 1888 de Vincent van Gogh que foi recentemente exibida em um museu de Detroit.

domingo, agosto 20, 2023

Quadros de Di Cavalcanti desaparecidos há mais de 80 anos são reencontrados e expostos no Rio de Janeiro

"Carnaval", criado por volta de 1928, e "Bahia", de 1935, integram pela primeira vez em uma mostra no Brasil;

    Um dos principais artistas plásticos brasileiros e participante da Semana de Arte Moderna realizada em São Paulo há cem anos, o carioca Di Cavalcanti (1897-1976) produziu diversas obras, como alguns dos quadros mais importantes e valorizados do Brasil. 

    Um deles, Samba, considerado por especialistas sua obra-prima, foi destruído em um incêndio que atingiu a coleção particular do marchand Jean Boghici (1928-2015), guardada em seu apartamento em Copacabana, em agosto de 2012. À época, era avaliado em US$ 10 milhões.

Obra "Carnaval", de 1928, era um dos trabalhos do artista carioca que havia sumido

    Dez anos após essa perda, dois quadros do pintor, ilustrador, desenhista, caricaturista e muralista dos quais não se tinha notícia desde 1936 foram localizados. Agora, fez parte de uma exposição gratuita com cerca de 40 criações do artista, no Rio de Janeiro

sábado, julho 08, 2023

Falsificador do século expõe em Munique


O Falsificador do século expõe em Munique


A história de Wolfgang Beltracchi é menos convencional do que seu próprio estilo hippie sugere. Aos 63 anos, ele já foi chamado de gênio da pintura e de "falsificador do século". Seu galerista, Curtis Briggs, o descreve como o "Robin Hood da arte". 

Depois de passar cinco anos na prisão por falsificar obras de gênios da pintura, Wolfgang Beltracchi está de volta com a primeira exposição de quadros próprios em sua carreira – e causa furor no mercado das artes.

Ao longo de mais de 36 anos, Beltracchi produziu 300 obras ao estilo de grandes mestres como Picasso, Gauguin e Monet. Infelizmente, ele também assinou esses quadros com o nome deles, em vez do próprio. Sua esposa, então, ventia as pinturas.

O casal criava histórias sobre a procedência de quadros considerados desconhecidos: elas seriam parte de uma coleção que pertencia à família. Como prova, criaram até fotos em estilo antigo.

"Eu mesmo fiz a cola para as etiquetas da coleção, com restos de ossos e materiais orgânicos, assim ninguém notaria", explica Beltracchi. "Sempre achei interessante ir a museus — mesmo o MoMa — e ver meus trabalhos lá", diz ele, piscando o olho.

Em torno de 250 obras em todo o mundo ainda não foram descobertas. Mesmo pessoas conscientes de que possuem alguma de suas falsificações preferem se manter em silêncio. Afinal, milhões de dólares estão em jogo.

Ultrapassando os mestres

Figura B - Beltracchi: "Não há artista que eu não consiga reproduzir" Foto: DW/B. Kolb

Beltracchi não foi traído por suas pinceladas. O falsário era tão bom que mesmo a viúva do pintor Max Ernst dizia que ele pintou a mais bonita floresta do marido. Especialistas acreditaram que as pinturas eram originais e verdadeiras obras de arte.

quarta-feira, fevereiro 01, 2023

Língua estrangeira por conversação

    No início da guerra de Putin contra a Ucrânia, em fevereiro de 2022, um fenômeno que chamou a atenção, além da diáspora de mulheres e crianças, foi o fato de que os jovens davam entrevistas em inglês fluente num país cujo idioma usa alfabeto cirílico e é muito parecido com o russo. Esse domínio do inglês é resultado do método educacional.
    Nada surge por geração espontânea. Ao longo do século XIX, nas famílias aristocráticas do Império Ruaao, ao qual a Ucrânia pertencia, jovens ingleses eram contratados para ensinar sua língua às crianças, pela simples prática da conversação. Como isso funcionava bem, firmou-se o entendimento de que o aprendizado de Língua Estrangeira sustenta-se primeiro na prática da fala, para, só depois, estudar-se a gramática.
    Já nossas escolas ocidentais adotam o caminho inverso, preparando o aluno inicialmente na gramática, esperando que ele venha a adquirir fluência de fala e escrita numa segunda etapa, que quase nunca ocorre.
    No início da década passada, começando pelo Rio de Janeiro, com a secretária Cláudia Costin, os sistemas municipais de educação estenderam o ensino de Língua Inglesa dos anos finais para os anos iniciais, das crianças de seis anos de idade. Tivesse sido esse ensino baseado em conversação e em cantigas, em lugar de cópias de textos com ênfase na gramática, os adolescentes brasileiros estariam hoje falando inglês com proficiência.

Professor Cacildo Marques durante uma de inúmeras palestras

    Não se trata de mudar o método de aprendizagem no Ensino Médio, nem do antigo ginasial, embora a conversação deva ganhar mais destaque, de alguma maneira. Nesse nível, a gramática escrita já se torna necessária, mesmo porque os exames de ingresso às escolas técnicas e às universidades costumam avaliá-la.
    Nos anos iniciais, antigo curso primário, ensinar Língua Inglesa a partir da gramática é contraproducente e não faz sentido. Assim, será muito salutar se os sistemas de educação impedirem de forma severa o ensino de gramática da Língua Inglesa nos primeiros anos escolares, substituindo isso pela prática da conversação e do canto. Se o professor não sabe conversar nesse idioma, aprenderá junto com os alunos. É melhor do que fingir que sabe e apenas manter-se cultivando textos escritos.

Cacildo Marques, é escritor, professor, administrador formado pela USP e editor do tablóid Gazeta Cidadã. A
qui várias publicações suas na livraria da Amazon. Texto publicado na edição 170 dez 2022

quinta-feira, janeiro 26, 2023

Pesquisadores encontram cidade perdida em floresta na Guatemala

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Centros religiosos, construções e dutos de água na cidade secreta foram localizados com o dispositivo LIDAR

    O laser LIDAR (Light Detection and Ranging) fez mais uma fascinante descoberta escondida sobre as florestas. O dispositivo identificou uma cidade Maia até então desconhecida na Guatemala e agora um novo estudo trouxe mais detalhes.
 
Análise do Lidar da região

    A área gigante corresponde a mais de 1600 metros quadrados e contém mais de mil assentamentos. O local teria sido ocupado pelos Mais entre o período de 1.100 e 250 aC.

    A pesquisa foi feita por um grupo de pesquisadores dos Estados Unidos e França e publicada pela Universidade de Cambridge. O laser identificou edifícios, templos religiosos, centros cerimoniais, quadras esportivas e outras construções do período na cidade.

Cidade Maia escondida na floresta

Existem ainda indícios da existência de sistemas de coleta de água e drenagem, o que mostra a complexidade da população que residia na cidade. Esse mesmo tipo de estrutura já foi localizada em outros assentamentos dos povos maias.

 
    “Muitos desses assentamentos demonstram uma relação política/social/geográfica com outros assentamentos próximos, o que resultou na consolidação de pelo menos 417 cidades, vilas e vilas antigas com limites identificáveis”, diz um trecho do estudo.

O sistema LIDAR permite que os cientistas mapeiem florestas densas vendo através da copa das árvores. Outras cidades já foram achadas usando o recurso. A tecnologia óptica de identificação remota mede propriedades da luz refletida de modo a obter a distância e/ou outra informação a respeito de um determinado objeto distante.

“A magnitude do trabalho na construção de enormes plataformas, palácios, represas, calçadas e pirâmides que datam dos períodos pré-clássico médio e tardio em todo o MCKB sugere um poder para
organizar milhares de trabalhadores e especialistas”, finaliza o estudo.

Lucas Soares acesso em 16 janeiro de 2023 olhardigital


segunda-feira, janeiro 23, 2023

Conheça o pioneiro da tipografia digital, pai de algumas das fontes mais usadas do mundo!

    Matthew Carter foi aceito na Universidade de Oxford (Reino Unido), nos anos 1950, para estudar letras, mas não chegou a frequentar o curso. Ele decidiu que queria aprender a desenhar tipos depois de um estágio de um ano em uma casa de impressão na Holanda. Seu pai, que também era tipógrafo, foi o grande incentivador.

    Mas em 1955 não havia formação acadêmica em tipografia. Autodidata, valeu-se da convivência com outros tipógrafos e amigos do seu pai.


    
Pioneiro na criação de fontes digitais, Matthew Carter concebeu a primeira distribuidora de tipografia digital em 1981, a Bitstream, e desenhou tanto a Verdana como a Georgia para a Microsoft nos anos 1990. Foram elas umas das primeiras fontes pensadas especificamente para uso em tela.

    Apesar de que não se deve entender tipografia como arte, mas sim como design industrial, o qual precisa respeitar uma série de restrições funcionais, desde 2011, seis dos trabalhos de Carter fazem parte do departamento de Arquitetura e Design do MoMA, de Nova York, a saber: Miller (inspirada no estilo escocês da primeira década do século  XIX), Verdana, Walker (faz parte da identidade visual do Walker Art Center, de Mineápolis), Big Caslon (uma homenagem ao tipógrafo inglês do século XVIII, William Caslon), Mantinia (inspiração nas escrituras do italiano Andrea Montegna, artista do renascimento) e ITC Galliard (tipo do francês Robert Granjon do século XVI).

Matthew Carter comentou:

“Fiquei muito lisonjeado com essa homenagem, foi um bom momento para mim. Claro que não é a mesma coisa que ter uma pintura ou escultura no MoMA, pois estou num departamento completamente diferente. Apesar de existirem bons cursos hoje, acredito que todo designer de tipografia é autodidata; na maioria, eles ainda aprendem sozinhos.
O que me atraiu na profissão é essa tensão existente entre a restrição que a história impõe sobre a escrita – um alfabeto que deve ser reconhecido como tal – e o desejo de encontrar algo novo. Eu não posso acordar e dizer: ‘Ei, vou inventar um novo F, um que ninguém nunca viu antes!’ Mas há a alegria e a satisfação de ver o seu trabalho usado pelas pessoas. Também tem o momento em que você vê seu trabalho aplicado em uma cidade muito, muito longe de onde você mora, como vi em uma placa em São Paulo, quando visitei a cidade em dezembro de 2014. É meio bobo, mas você não deixa de ficar feliz com isso!”

Victor Mirshawka para revista criatica em 07/08/2022

As pinturas que revelam como realmente vemos o mundo - Paul Cézanne

'Natureza-Morta com Prato de Frutas' (1879-80) parece ter ser pintada com
um olhar móvel e não de um ângulo fixo

    Os quadros de Cézanne (1839-1906) surpreenderam seus contemporâneos. Eles pareciam oferecer uma forma nova e radical de observação, embora ninguém conseguisse explicar exatamente como.

    Em 1881, Paul Gauguin brincou sobre uma forma de descobrir os misteriosos métodos de Cézanne. Ele instruiu o também pintor Camille Pissarro a "oferecer a ele uma daquelas misteriosas drogas homeopáticas e vir direto para Paris com a informação".
   O pintor e crítico de arte Maurice Denis compartilhou sua sensação de perplexidade frente à revolução de Cézanne nas representações visuais. Ele escreveu em 1912 que "nunca havia ouvido um admirador... fornecer um relato claro e preciso da sua admiração".
  A natureza exata do sucesso de Cézanne virou obsessão para muitos filósofos e historiadores da arte ao longo dos anos. Mas um olhar crítico pode ser encontrado no campo da ciência.
 As descobertas de neurocientistas, filósofos e psicólogos comprovaram que os métodos de Cézanne apresentam curiosa similaridade com o processamento visual da mente humana. Ele contrariou séculos de teorias sobre o funcionamento dos olhos ao ilustrar um mundo em constante movimento, influenciado pela passagem do tempo e repleto das memórias e emoções do próprio artista.

Paul Cézanne, em 1877

    As visões de Cézanne sobre a percepção humana representaram uma vida inteira de lenta experimentação. Seu quadro Açucareiro, Peras e Xícara Azul (1865-70), por exemplo, mostra Cézanne observando e pintando de forma relativamente tradicional. Exceto pelo manuseio mais rústico da tinta, trata-se de um parente próximo de cenas tradicionais como Natureza-Morta: Uma Alegoria das Vaidades da Vida Humana, do pintor holandês Harmen Steenwyck - obra da era barroca, de 1640.

O quadro 'Açucareiro, Peras e Xícara Azul' (1865-70),
de Cézanne, é uma natureza-morta convenciona

    Naquele ponto, Cézanne acreditava, respaldado por séculos de teorias científicas, que o olho humano funciona exatamente como uma câmera: um portal para o fluxo de verdade visual que constrói um panorama detalhado do nosso ambiente visível.

Para onde a arquitetura tradicional e cultural do mundo está indo?

Volpaia, uma antiga vila no Chianti Sienese. Toscana Siena, Itália.

    Ao longo dos séculos, cada sociedade desenvolveu estilos muito próprios para suas casas, templos e demais tipos de construções. Isso fez com que essa arquitetura regional se tornasse facilmente reconhecível, mesmo entre sociedades próximas — por exemplo, a arquitetura japonesa tem influência da chinesa, mas é fácil perceber as diferenças.

    Porém, há algumas décadas esse tipo de característica tem saído de cena, e as grandes cidades passaram a ser cada vez mais ocupadas por longos arranha-céus. E, na maioria dos casos, esses prédios são bastante semelhantes pelo mundo todo. Esse seria um sinal de que as arquiteturas tradicionais estão morrendo?

Casa neoclássica com fachada amarela, gradil varandas metálicas, balcões-portas e janelas fechadas na cidade de Faro Portugal

Pouco espaço para muitas pessoas

    Uma das explicações para essa mudança na arquitetura tem a ver com o aumento da população em todo o planeta. Construções antigas eram feitas de modo quase artesanal, pois precisavam atender a uma demanda muito menor. Os recursos eram mais escassos e cada sociedade utilizava o que tinha por perto.

    Hoje, a construção civil conta com uma variedade muito maior de materiais para as construções. Eles são mais baratos, mais fáceis de serem manuseados e permitem que os edifícios sejam construídos com muito mais agilidade. Para atender o número cada vez maior de pessoas precisando de moradias, faz mais sentido que os projetos deixem de lado certos elementos estéticos em troca da rapidez e da praticidade.
Lotado! Habitação em edifícios de apartamentos em Hong Kong, China

    E isso vale tanto para construções populares — como os altos edifícios chineses — quanto para prédios da alta sociedade — que costumam ter fachadas de vidro espelhado. O processo de globalização é outro fator que influencia nessa "perda de identidade" na arquitetura atual.

Bombardeio de Guernica na Espanha em 1937 - Pablo Picasso

No dia 26 de abril de 1937, bombardeiros de aviões alemães reduziram a cinzas a cidade basca de Guernica. O ataque aéreo de três horas custou a vida de 1.645 pessoas. Obra de Pablo Picasso lembra a destruição.

    O dia 26 de abril de 1937 foi uma segunda-feira. A cidade de Guernica, no norte da Espanha, estava cheia de vida: até então ela permanecera praticamente intocada pela Guerra Civil Espanhola, que grassava desde o ano anterior. Entretidos em seus afazeres, os 5 mil habitantes entravam e saíam de suas casas, feitas de estruturas e galerias em madeira e cobertas de telhas.

Mural na cidade de Guernica com uma reprodução da obra original de Pablo Picasso 1937 técnica pintura a óleo com dimensões de 350m × 776m o original localizado no Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia em Madrid, Espanha

    No fim da tarde, começaram os bombardeios aéreos isolados. Por volta das 6h30, veio o ataque principal dos aviões alemães, em ondas sucessivas. Segundo um diário de guerra da época, a esta altura a fumaça já era tanta que não se distinguiam mais os alvos – casas, pontes ou arrabaldes – e os pilotos dos 50 bombardeiros da Legião Condor atiravam sua carga mortal indistintamente.

Guernica y Luno ou Gernika-Lumo em basco, é um município da Espanha na província da Biscaia, comunidade autónoma do País Basco,

sábado, janeiro 21, 2023

Nova teoria aponta as mumificações egípcias como técnicas para se criarem obras de arte

 Egípcios pretendiam transformar seus faraós em estátuas e obras de arte religiosas?


 Uma máscara de múmia dourada de Hawara, parte da coleção do Museu de Manchester.
Museu de Manchester/Julia Thorne

    A arte egípcia e toda a sua cultura, em constante estudo devido a seus mistérios envolvendo vida após a morte, monumentos e rituais, acaba de revelar novos questionamentos.
  A mumificação pode nunca ter sido destinada a preservar os corpos dos antigos, disseram especialistas, um forte contraste com o entendimento popular da prática. Especialistas afirmam que os egípcios pretendiam transformar seus faraós em estátuas, obras de arte com significado religioso.
   Um número crescente de arqueólogos vem afirmando que os efeitos conservantes da mumificação provavelmente foram acidentais e culpam os primeiros egiptólogos modernos por propagar um mal entendido com base em poucas evidências.

Mumificação como preservação do corpo para vida após a morte entra em debate


    Os egiptólogos que defendem essa visão dizem que os vitorianos que primeiro estudaram as múmias concluíram que a preservação era o objetivo devido ao seu próprio fascínio macabro pela vida após a morte. A abordagem sugeria que os egípcios acreditavam que reis e rainhas eram deuses vivos e que transformar seus corpos em estátuas após a morte era uma forma de restaurar sua forma legítima.
    As máscaras de ouro encontradas nos sarcófagos da realeza seriam então idealizadas, versões divinas do falecido, em vez de retratos realistas, disseram esses egiptólogos.

Uma cartonagem, parte da exposição do Museu de Manchester.
Museu de Manchester/Julia Thorne

    “É uma distinção sutil, mas importante”, disse Campbell Price, curador do Manchester Museum, no Reino Unido. “Essa ideia de que o espírito retorna ao corpo, ou em algum sentido anima o corpo, não é tão explicitamente articulada quanto você pode imaginar”, disse Price.

Exposição “Golden Mummies of Egypt” no Manchester Museum


    O Manchester Museum, no Reino Unido, irá explorar essa abordagem na próxima exposição “Golden Mummies of Egypt”, que será inaugurada em fevereiro de 2023. Price escreveu um livro que o acompanha.

Uma foto das Múmias Douradas do Egito é mostrada. Museu de Manchester

    Um dos argumentos para apoiar essa teoria é que as múmias de algumas das classes dominantes proeminentes não parecem muito preocupadas com a preservação. O corpo do rei Tutancâmon, por exemplo, foi encontrado preso ao fundo de seu caixão. 
    “É quase como se, para ler os relatos modernos, a mumificação fosse malfeita, os antigos egípcios não soubessem o que estavam fazendo e, portanto, ele não estava bem preservado”, disse Price.